Monday, August 17, 2020

O Diário das Minhas Viagens.... Intro

Resolvi escrever isto porque viajo muito. Muitas vezes de avião, algumas de ônibus, poucas de carro... De trem quase nunca viajei... Mas a maior parte das minhas viagens são sem sair do lugar mesmo... Como viajo muito, passo muito tempo sozinha, o que me leva a viajar ainda mais.
Às vezes viajo sobre coisas importantes, às vezes sobre coisas idiotas, outras sobre coisas idiotas que parecem importantes, ou ainda coisas importantes que parecem idiotas. Viajo sobre coisas que leio, que ouço, que vejo, viajo sobre a viagem dos outros ou sobre coisas que não sei se alguém há viajado antes. Às vezes viajo sobre o nada, sobre o silêncio, sobre o barulho, sobre o pensamento, sobre as viagens. E tenho pensado muito, algo que sempre penso, de que vale viajar tanto se não para compartilhar com amigos e assim podermos viajar mais e mais juntos?
Pessoas diferentes te levam a diferentes viagens e há mesmo algumas com quem é impossível viajar, elas mesmas já são a própria viagem . Viajo até mesmo sobre o fato de viagem ser com G e viajar com J. Viagem de momento, viagem longa, viagem de viagem, bem, no final isto é mesmo para falar sobre viagem, o que é em si mesmo uma própria viagem, o que parece viagem mas na verdade é muito profundo, pois afinal, não ouvimos sempre que a vida é uma viagem?

Wednesday, December 05, 2012

Hora de Mudar


Chego no Brasil e entro no clima... Já saio bufando do avião. Brasileiro é mal educado. Fura a fila  e para no meio do caminho quando lhe convem. E pra pegar a mala então.. A esteira teria que ser várias vezes maior para cada um poder estacionar seu carrinho na beira dela e lá esperar plantado pela sua bagagem... Como ela é pequena, fica aquela luta, já na chegada.. Várias camadas de carrinhos o mais próximo possível da esteira, batendo no calcanhar alheio. Fico de longe, observando, torcendo pra minha chegar depois da muvuca se dissipar...
Ouço conversas por todos os lados, no banheiro, corredores..Brasileiro fala é mal dos outros, em público mesmo... Aí de repente cai a fixa... Percebo que entrei no clima, automaticamente. Afinal de contas, brasileiro gosta de reclamar e o que estaria eu fazendo? Reclamando de Brasileiro que só reclama.
Percebo, logo, me esforço para mudar o foco.  Tento pescar atos de gentilezas, sorrisos dos trabalhadores, vejo os abraços apertados de quem se reencontra. Brasileiro é afetuoso, é cordial. E brasileiro já foi otimista. Esqueceu um pouquinho.. Ultimamente, se alguém chegar e relaxar, entra nessa onda de pessimismo que assola a terrinha. É preciso ficar atento, aos pensamentos e sentimentos, aos comentários, ao que se lê e se assiste na TV.  Tentar focar nas coisas positivas, emanar paz para o povo e país. 
Brasileiro tem mania de achar que o governo é a solução dos seus problemas. Não percebe que o sistema lhe instiga a votar  em quem lhe será mais útil, ao invés de em quem seria melhor para o país... Acha que o governo tem que resolver tudo, quando na verdade, nem cogita participar mais da comunidade, ajudar a criar oportunidades, a doar um pouco de si. Aceita tudo, não quer saber de política. E por que quereria? Aqui ela já é feita de modo a despertar o desinteresse geral. 
Mas Brasileiro também é solidário, é criativo, alegre. Só esqueceu um pouquinho, precisa relembrar... Brasileiro quer mudar, quer mudar o país, não sabe como fazer. Eu também não sei, porem suspeito, ou ao menos palpito. Pra começar (ou recomeçar) e acima de tudo,  reaprender a ser otimista.. E daí idéias construtivas começarão a surgir.. É hora de mudar e só depende de nós...

Friday, October 26, 2012

De Sankhu a Nagarkot (Nepal)

Uma das melhores vistas do Himalaia próxima a Kathmandu, bem na borda entre o vale e as montanhas, visível da sua cama no hotel… Era (ou algo parecido) o que o sumário da descrição do guia de viagens dizia sobre Nagarkot, destino escolhido para nosso trekking iniciando na vila de Sankhu,  no Nepal, onde nos hospedávamos.
Deparando-me com o anuncio abaixo assim que lá chegamos, não pude deixar de associá-lo a descrição do guia e imaginei-me numa cama com vista para o fim do universo.

Embora a idéia de ver as montanhas da cama pareça apetitosa (até porque é preciso paciência com essa estória de montanhas e nuvens, etc), de fim do universo Nagarkot pouco tem.. Pode ser um pouco remota, mas a verdade é que comparando com outros lugares do Nepal, é até bem localizada e inclusive, existem alguns modos diferentes de lá chegar. Além de uma estrada relativamente boa, existem algumas trilhas partindo de lugares diferentes e tambem algumas agências de Kathmandu oferecem tours de bicicleta pela região. Por exemplo,  de Dulikhel,  um outro lugar perto de Kathmandu de onde se pode ver o Himalaia até Nagarkot são cerca de 20 Km de caminhada, e para nós que partimos de Sankhu, eram cerca de 12 Km.
Nossa idéia era voltar de ônibus, porém, como não sabíamos se havia essa opção já nos preparamos para caminhar de volta caso necessário fosse. Partimos bem cedo, quase no nascer do sol. Assim, contemplamos os primeiros raios de sol na vila de Sankhu, em algumas plantações de arroz e tambem acompanhamos o despertar e as atividades matinais de uns pares de famílias.. 


 

Como era feriado, crianças brincavam e-ou ajudavam suas famílias.  Até fiquei com vontade de entrar na fila para esse balanço (abaixo), parecia divertidíssimo a julgar pelas gargalhadas.  




De vez em quando aparecia um balanço desses no caminho,  as vezes até mais altos, então, tive algumas oportunidades de tentar mas fiquei tímida.. Caminhar pelo interior do Nepal é muito especial, tudo é muito particular, as vezes temos (ou tenho) a sensaçao de estar num outro tempo.  Como nessa simpática ´venda´ (abaixo) onde paramos para uma tentativa de café da manhã que me remetia diretamente a infância, não somente pela aparência física mas pelo ar familiar e cheiro de passado (não tão distante). Por ser um lugar tão diferente do que estamos acostumados, tendemos a prestar mais atenção nos detalhes, a estar mais presentes no momento… 

Jana, Adam e Yasmin
 


Depois do café, ou melhor um breve chá, seguimos por uma estrada no meio de uma florestinha, vimos alguns pássaros interessantes e Logo estávamos em Nagarkot. Na entrada da cidade tivemos as melhores vistas das montanhas, e pudemos até ver (ou não) o Everest, ou ´alguns everestes´. Segundo o guia esse nada mais era que um ponto no horizonte, e não tínhamos realmente como identificá-lo (o que sinceramente, não fez muita diferença)
Florestinha

Chegando
Melhor Vista do Dia


Vista do café, um mar de montanhas...
Então paramos para um verdadeiro café da manhã num desses hoteis com vista.. Café, omelete, banana pra mim, + torradas pra galera.. E por aí nos demoramos um pouco a ouvir as estórias do nosso colega inglês sobre sua cobra de estimação, e como mantê-la sem que o locador e os vizinhos soubessem de sua existência… Cheios de energia, com a pança cheia como uma cobra de estimação que acabara de comer 2 ratinhos congelados depois de 1 ou 2 semanas digerindo seus últimos "sorvetinhos", perambulamos um pouco pela vila e resolvemos dar uma esticadinha até o mirante, a cerca de 1 h de onde estávamos.  Lá em cima, as montanhas estavam encobertas, só vimos nuvens.. A diversão foi interagir com turistas nepaleses e subir na torre cuja escada começava no primeiro terço. A galera bancava o macaco, pulava, se dava pézinho, subia no ombro um do outro e qualquer outra forma (embaraçosa ou não) que lhes permitisse atingir o objetivo   (alcançar a escada) e depois subia normalmente (estilo bombeiro) de um em um. Talvez em muitos países (não vou citar nomes) um mirante desses fosse considerado bem perigoso, mas para os tarzans e Janes que existem em nós foi interessante, embora um tanto exclusivo. Claro que demos boas risadas filosofando sobre como a escada acabou começando onde começa.

Lojinha em Nagarkot




O Mirante e o Mistério da Escada





Não demoramos muito por lá, voltamos para a vila para procurar um ônibus, a parte mais divertida  do passeio.  Descobrimos com algum uso de nepales e muito de mímica que o ônibus não ia até nosso destino final mas nos deixaria em algum lugar no caminho. Nesse momento, o povo começou a subir na parte de cima, do lado de fora do ônibus. Três de nós empolgadíssimos com a idéia seguimos o fluxo e embora uma de nós (não vou citar  nomes, hehehe) tenha dito não, todos subimos.  E então descemos uma estrada de asfalto, cheia de curvas, no meio da floresta no fim da tarde numa super-vibe pra 3 de nós e meia-vibe para uma quarta de nós que em algum ponto relaxou e curtiu o passeio. E antes que perguntem, não, não era perigoso, a velocidade era super-baixa, e todos estavam tão tranquilos que foi super-sossegado.. 
Adam e Yasmin
Jana, eu e a galera


O ônibus vizinho, um pouco mais lotado que o nosso (mas a idéia é a mesma)

Como prometido, em algum ponto do caminho o ônibus parou e nos disseram para descer, meio no meio do nada, numa vila ainda menor que Sankhu. Tentamos negociar o preço da passagem e depois percebemos ainda ter pagado 3 vezes mais que o valor que os locais pagavam, embora ainda apenas centavos. Ficamos chateados, pois nesses casos o que conta não é o valor em si mas o fato de ter ferido nossa vontade de sermos tratados como locais. Enfim, a vida seguia…
O desafio agora era encontrar o caminho para Sankhu, até que alguem nos apontou o caminho: uma trilha super-estreita numa pirambeira bem inclinada que certamente não teriamos encontrados por nós mesmos.. Na descida nos deparamos com um pessoal super-arrumado subindo para a vila para algum tipo de evento que depois descobrimos ser um casamento. Imagine subir aquela trilha de salto-alto e saia e ainda sem poder desarrumar os cabelos.. Nessa hora já não parecia tão interessante ser tratada como local e a chateação pela passagem super-faturada passou.
Uma vez terminada a morreba, o caminho era plano, diferente do que tínhamos pegado pela manhã e literalmente no meio dos campos de arroz. Depois de uns 3 ou 4 Km estávamos novamente em Sankhu, ainda antes do por do sol e paramos na vendinha para um refri com chocolate. Uma beleza já que os preços eram fixos..

Fim da tarde próximo a Sankhu

Na entrada da Cidade
A caminho da venda
Oba, Preço Fixo!


Logo nos despedimos do Adam que ficava em Sankhu mesmo e as três de nós seguimos para o PA Nepal ( mais uns 20 min de caminhada) onde um Himalaia de arroz com lentilhas e crianças muito alegres nos esperavam :) 

Ponto de partida e destino

Monday, October 08, 2012

Melhor Assim


E nessa estória quem se dá bem são os bodes.
Um prato de arroz gigante, 2 andares, uma montanha de arroz, um pouquinho de sopa de lentinhas e outros vegetais. Assim são as refeições principais por aqui. Não as venço. É muito arroz.. O pessoal local cismou comigo, não comeu nada, me dizem.. Resisti uma, duas e na terceira apelei.. Eii, olha o prato dela (da Jana), ela comeu menos ainda e deixou a sopa toda, eu ao menos terminei-a... Deve ser porque sou magrinha, ou sei lá o que cismaram comigo.. Ficava chateada no começo, é triste deixar comida no prato. Até que descobri que por aqui tudo se aproveita.. O resto vai para os bodes. E olha que eles tem se dado bem...

Wednesday, September 05, 2012

Pechinchando...






Pela primeira vez notei progressos no ato de pechinchar. Ato esse que em nada me agrada, muito pelo contrario pratico-o somente quando não há outra opção. Sou fã número 1 do preço tabelado ou pré-determinado sendo contra até as promoções de última hora, daquelas da metade do preço. Simplesmente pensando em quem ,  no dia anterior, pagou o preço inteiro…

Enfim, de repente, em Marrakesh, nem pra lá, nem pra cá, me vi a argumentar com o vendedor de uma cooperativa de artesanatos que pedia um montão por uma coisinha. Coisinha esta que  nem queria muito, preocupava-me mais em sair logo dali para aproveitar o resto da manhã. Nosso guia inteligentemente levou-nos primeiramente nesse lugar no meio da cidade antiga, verdadeiro labirinto, num ato Amador pra pegar turistas despreparados, no caso eu. Se o dinheiro fosse para as mulheres que faziam as tais toalhas artesanais, não veria problema em pagar um pouco a mais, sabendo que o mesmo seria bem aproveitado. Porém, ali, sabia que as labutadoras não veriam nem 1 centavo a mais e que o dinheiro iria sei lá pra onde ou pra quem. Expliquei isso ao vendedor usando-me de ingles, francês e espanhol e deixando-o PPP  da vida. Porém, como realmente meu interesse no produto era baixo, disse pela última vez que tudo que tinha era 500 dinheiros (ele pediu 2200 dinheiros) e que gostaria de ir embora logo. Foi então que ele me perguntou se eu era árabe.. E esse foi o auge da minha carreira de pechinchadora quis rir mas não pude, tive que me manter séria, andei para a porta pedindo ao meu guia para não pararmos mais em nenhuma loja. Aí miraculosamente o vendedor também se fingindo (creio) de bravo, embrulhou minhas quarto toalhinhas e aceitou os 500 dinheiros. Mas vou te contar, é 1 hora pra comprar 1 imã de geladeira, tem que ter muita disposição, não dou conta não, hehe. 

Wednesday, June 06, 2012

Todos os Lados

Em que lado do muro será que ela estava? Penso ao ver uma pessoa que considero ter mais de 35, 40 anos. Poder fazer essa pergunta instigou-me a querer falar alemão enquanto em Berlin. Não que me garantisse as conversas que esperava, porque ao menos em inglês o povo não me pareceu muito de papo. Também não posso falar muito pois meu contato com o povo germânico nessa cidade se resumiu basicamente ao carinha da oficina de bici. 

Vi-o praticamente todos os dias. Por mais que pretendesse ou tentasse, não consegui nenhuma abertura. Até fiz um ou outro comentário que considerava piadinha, mas não obtive reações. Em que lado do muro ele estava? Não podia parar de pensar. E não sabia nem se ele era de Berlin. O benefício da dúvida? Há tempos não estava nessa situação onde uma pergunta do tipo, de onde você é? soasse como invasão de privacidade, muito inapropriada. Foi só no último dia e por um pouco de sede que perguntei algo do tipo:
 podemos beber água da torneira por aqui? (Não tava afim de ir no super) Resposta monosilábica positiva. Ao menos um problema (a sede) estava resolvido. Porém, não tenho porque e nem posso reclamar. No seu silêncio, foi extremamente eficiente. Cuidou super-bem da minha bici. Não tive nenhum problema com ela.

O silêncio não vinha só dele mas da cidade como um todo. A vida certamente seguiu com força, quase um milagre ver esse povo tão viçoso e essa cidade tão elegante e eficiente depois de quase 85% ter sido destruída pela guerra. Não só isso, foram 4 guerras, tantas atrocidades. Em meio aos monumentos, aos espaços vazios que ainda existem, o silêncio berra alto, eu o escuto. Esse se justifica e se entende, acima de tudo se respeita. Não se anula com tijolo, ouro ou quinquilharias. Música, poesia, arte certamente ajudam. Que a paz serena o vá completando, e enquanto isso viva-se festejando, que bom que não há mais muro!

Saturday, February 11, 2012


Semana passada fui pela primeira vez a um festival de filmes de montanha. Era, na verdade, uma mostra dos 30 filmes selecionados entre milhares apresentados no festival que acontece em Banff no Canada. Os escolhidos saem para uma turnê mundial em 347 cidades do mundo. Aqui em DC foram exibidos 30 filmes e vi cerca de 16. Todos ótimos. São na maioria curtas sobre hiking, escalada, escalada em gelo, ski, mountain bike, caiaque, etc, filmados em diferentes lugares do planeta. Alguns documentários sobre o meio-ambiente, ou estorias de alguem relacionado a esportes de montanha..

Os curtas:

Eu gostei especialmente de três deles. Um, super-mega-profi de cerca de 40min. Uma expedicão de cientistas (uns 8) e mergulhadores para o Polo Norte. Pretendiam caminhar 800Km e fazer ao menos 50 mergulhos no oceano embaixo do gelo, universo até então inexplorado. E foram caminhando, puxavam aqueles carrinhos de neve, cheio de coisas num super-frio. Tinham super-equipamentos tecnológicos, muito interessante. As paisagens submarinas eram inacreditáveis. Em um dos mergulhos encontraram vida, muito lindo. Como o clima estava complicado, acabaram caminhando só 130Km, fizeram todos os mergulhos mas tiveram que voltar de avião pois o gelo estava derretendo antes da hora.
O segundo (e por acaso foi apresentado nessa ordem) Reel Rock: Ice Revolution, era bem mais relax que o primeiro, dois alpinistas bem engraçados escalaram uma gruta congelada em British Columbia. Parece normal mas o fato é que na gruta tinha uma cachoeira que não congelava devido ao volume de água porem o vapor e a umidade viravam estalactites de gelo na parede da gruta e o visual era muito diferente.
Por fim, e esse acho que foi meu favorito, Hanuman Airlines, dois nepaleses, super-simples, muito sábios e bem preparados subiram o Everest e desceram voando, de para-pente. O video é muito legal, a preparação, a paisagem, o vôo. Depois eles ainda seguiram de caiaque por 600Km até chegar ao mar (que viram pela primeira vez) e se encantaram os carangueijos. Infelizmente o filme não mostrou essa parte .


Os Documentários:

Vi três documentários sendo que dois de fundo conservacionista muito interessantes. No primeiro, Chasing Water, um jornalista que viaja o mundo cobrindo aventuras de outras pessoas resolve partir na sua própria e seguir o caminho do Rio Colorado até ele chegar ao oceano. Incrível toda a vida que o Rio Colorado alimenta, e a energia que ainda tem em algumas partes. O filme tem umas imagens belíssimas e excelente caráter informativo. O fim é um tanto chocante já que o rio seca perto da fronteira com o México e desde 1998 depois de 6 milhões de anos, não chega mais ao oceano. Segundo eles, isso ainda pode mudar, há uma ong preocupada com o assunto, o endereço está no fim do filme.
O segundo, Spoil,  foi uma mescla sobre o Spirit Bear e uma ação de preservacionistas contra o duto de óleo que iria do Canadá até os Estados Unidos. A área que esse duto iria percorrer é linda, várias ilhas com vegetação nativa e muitos animais em British Columbia no Canadá. Vários fotógrafos preservacionistas vão até o local em um esforço pra captar as melhores fotos possíveis para serem usadas numa campanha de conscientização. O documentário também mostra os acidentes com vazamento de óleo que já ocorreram na região e o quão fácil é dos navios (seriam mais de 200 por semama) se perderem  em algumas das curvas, gerando acidentes similares aos do Exxon Valdez. Felizmente, o Obama vetou a parte dos Estados Unidos e no momento o projeto está suspenso. Tambem houve uma mobilizacao grande no Avaaz. Espero que assim continue. Nada justifica uma obra dessas para carregar um combustível de tão pouca eficiência quando deveriamos falar e usar cada vez mais fontes renováveis de energia e de maneira sustentável. Ainda temos muito o que economizar na energia que consumimos antes de chegar a considerar uma obra dessas. É um pouco tenebroso ver o quanto a ganância do homem desrespeita coisas básicas como o lugar em que habitamos..  Ainda bem que existem pessoas conscientes e integradas o suficiente que conseguem mobilizar outros em benefício de todos nós.

O festival como um todo foi muito inspirador, aqui em DC foi na sede da National Geographic o que em si já é bem empolgante, e aí, quando mostram o chamado de abertura e combinam o lema do Banff: Inspirando criatividade com o da National Geographic: Inspirando as pessoas a cuidarem do Planeta, é realmente um festival de inspiração, hehe. Sem contar que, e se alguém mergulha pela primeira vez no oceano embaixo do pólo ou se voa a partir do topo do Everest, precisa compartilhar com o mundo, precisamos saber o quão vasto e especial nosso planeta é e como temos evoluído em conhecer seus locais mais remotos.  Afinal a aventura e exploração nesse sentido (e de modo sustentável de preferência) faz parte da natureza humana.