Ir à praia de Pipeline (Hawaii) e
conseguir ver as ondas grandes na etapa final do campeonato mundial de surf foi
a realização de um sonho. Passei horas da adolescência na água, surfando (de body-board), melhor esporte que existe
(surf em geral). Comprava revistas Fluir e assistia todos os programas do
Ricardo Bocão. Ficava hipnotizada com as fotos e reportagens sobre o Hawaii,
principalmente com os tubos da praia de Pipeline e com a ondulação gigante que
entrava na baia de Waimea de vez em quando. Naquela época ainda não se surfava
em Jaws (na ilha de Maui).
Já havia ido ao Hawaii em 2001. Trabalhava
num projeto em Sacramento, CA que iria acabar em fevereiro, ainda inverno
havaiano (as maiores ondas só acontecem no inverno). Consegui uma passagem com
milhas e fui, sozinha mesmo, para a ilha de Oahu. Devido ao excesso de
trabalho, com o tempo que tive consegui antes da viagem apenas reservar um
carro e uma vaga num hostel, nada de pesquisas muito profundas. .. Na minha
idéia, não poderia ser muito complicado, afinal era uma ilha.
Decepção número 1, saí dirigindo numa
rodovia de 6 pistas. Muito cimento já de início, não combinava com a minha
idéia sobre o Hawaii. E até confesso que Waikiki não era o lugar mais
apropriado para quem estava procurando as ondas da revista, mas quando lá
cheguei e encontrei prédios altos, resorts,
lojas, semáforos e até engarrafamentos foi a decepção número 2, com certeza. Eu já sabia que as ondas ficavam no lado norte
da ilha (cerca de 40min – 1h de Waikiki, o famoso North Shore. Então, essa se tornou minha missão para o dia 2 em
Oahu, o lado norte da ilha . Saí cedo e fui direto, pelo caminho mais curto. Quando
lá cheguei, fiquei um pouco chateada pois várias das praias ficavam bem na
beira de uma rodovia (essa só de 2 pistas + acostamento) – decepção número 3.
Parei no acostamento da praia de Waimea e fiquei tentando realizar como aquele
mar cheio de crianças brincando, verdadeiro piscinão, poderia se tornar palco
de uma das ondas mais esperadas (e maiores) do mundo. Apesar de ser inverno,
não tinha muita onda, as ondulações pelas quais o Hawaii é famoso não acontecem
o tempo todo e não foi dessa vez, decepção maior e número 4.
Waikiki |
E aí eu não gostei, doeu admitir mas simplesmente
não gostei do Hawaii.. Não fosse por um passeio de caiaque com um pessoal do
hostel, uma pipoca doce e salgada que comi pela primeira vez em Waikiki num
festival de filme ao ar-livre, muito sushi e umas histórias interessantes que
ouvi de uns colegas que fiz, nem teria valido a pena. Enfim... Admito que não
planejei direito e que o Hawaii não é o melhor lugar pra ir sozinha, por isso,
não desisti.
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