Voltei para a etapa final da Tríplice
Coroa Havaiana em dezembro de 2011. A Tríplice Coroa são as três últimas do
campeonato mundial de surf e acontecem em três praias de Oahu, sendo que a
última é sempre em Pipeline. Dessa vez
me preparei bem mais. Não queria nem ouvir falar de Waikiki, tinha um lugar pra
ficar no north shore, excelente
companhia e mantive o carro alugado. Expectativas ajustadas e uma passagem pra
ilha de Kauai com uma pesquisa detalhada sobre o que fazer ou onde ir por lá
para experienciar a natureza polinésia.
Dessa vez tivemos a maior sorte do mundo. Existe uma janela de cerca de 12 dias para o campeonato acontecer sendo que três ou quatro dias são suficientes para finalizá-lo. Assim, de acordo com o tamanho das ondas o campeonato pode rolar ou não em qualquer combinação de dias. Por isso resolvemos dividir a estadia em Oahu em 2,5 dias antes e 2 dias após irmos para Kauai. Assim, se não tivesse onda no início, teríamos chance de vê-las no final. Porem, desde o dia 1 da janela, as condições do mar estavam excelentes, ouvi na rádio que fazia alguns anos que as ondas não estavam tão boas.. Eu estava muito ansiosa pra chegar na praia. Dessa vez estava há poucos quilometros de lá porém pareceu uma eternidade até conseguir estacionar o carro. É um grande evento na ilha, pessoas de todos os lados comparecem..
E lá estava Pipeline das revistas de surf
e dos programas do Bocão. Quer dizer, muito melhor. Tubos bem grandes, muito
perto dos expectadores e sem vista para a rodovia já que o pico era a esquerda,
longe da estrada principal.
Kelly Slater num tubinho básico |
As
ondas em si já são um espetáculo da natureza, algo que vale a pena ver
pessoalmente. E com os melhores surfistas do mundo dominando-as então, fantástico!
Tirei mais de 900 fotos, foi bem difícil
selecioná-las, uma melhor que a outra (na limitação da câmera e fotógrafa é
claro). Ou melhor, até as ruins podiam ser aproveitadas.. A maioria dos meus
ídolos de outrora já não estão mais no circuito, Tom Carrol, Tom Curren, Derek
Ho e alguns outros. Mas pude ver o Kelly e vários outros excelentes surfistas
desbravarem os tubos de Pipeline. Hoje em dia o campeonato é bem mais seguro,
existe patrulha de jet skis, se algum surfista perde a prancha o jet ski vai
resgatá-lo rapidamente. Aliás, várias pranchas se quebraram nas primeiras horas
do campeonato. As crianças pequenas e médias corriam para pegar os
pedaços. As crianças grandes continuavam nos seus lugares, contemplando a
natureza e o surf e assistindo as crianças, inclusive as suas (interiores).
Parti feliz para Kauai por ter tido tanta
sorte e ter acompanhado 2 dos 3 dias de
campeonato, sendo que o primeiro deles foi coroado com as melhores ondas de todo o período.
A experiência em si foi muito interessante, encontramos até uma barraquinha de
brasileiros vendendo coxinhas e açaí perto do estacionamento. A fila estava
gigante e tivemos que quase literalmente lutar pela última tijela. Por sinal,
Açaí é bem famoso no Hawaii, assim como os brasileiros. Parece que muitos
surfistas brazucas costumam ir para lá durante o inverno, alugam casas e passam
a temporada surfando. Enfim.. É muito interessante encontrar algo que não enjoa
de assistir, quando começamos a cansar fisicamente, anoitece (e o por do sol é
lindooo). Com sorte, recomeça (o campeonato) no outro dia (se tiver ondas), até que acabe e
recomece no ano seguinte, esperançosamente para todo o sempre.
Vai rolar uma vaquinha (=caldo, tombo...) |
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