Essa viagem foi um pouco diferente das outras. Digo, a parte do vôo em si.
Deve ter sido porque foi literalmente por partes (Brasília->Manaus->Atlanta-> Baltimore), nenhuma realmente muito grande. Ou porque rolou aquela novidade logo no início.
Os vôos foram escolhidos (pela empresa americana) separadamente e o moço da Gol não conseguiu fazer o check-in da parte internacional. Assim, descobri que chegaria em Manaus por volta das 00:30 e que o vôo partiria as 02:00, resultando em meia hora no máximo para pegar as malas e fazer outro check-in... Fiquei um pouco agoniada mas logo me resignei, realmente essa parte não dependia de mim. No pior dos casos dormiria num hotel em Manaus. Apenas pedi para a Jana e para o Gugu, que me levaram ao aeroporto (e me deram uma grande ajuda com as malas), ligarem pra Delta em Manaus e avisar que eu estava a caminho. Mas já no avião conheci um gentil e atento médico habitante de Manaus que me tranquilizou e disse que eu teria tempo suficiente. E tive mesmo.
O pessoal do aeroporto de Manaus foi super-legal. Bem humorados e dispostos mesmo naquela hora da madruga. As meninas do check-in pediram pra eu passar 1Kg da mala pesada (33kg) para a leve (25Kg) pois o limite era 32Kg. Ajudaram-me e tudo. Fiquei levemente envergonhada quando abri a mala e um coelhinho de pelúcia pulou pra fora, a Hôria.. Acontece, pensei... Depois, foi a hora da inspeção de segurança.. Acharam uma pinça de selos na minha mochila, uma que até eu tinha esquecido. Muito atentos! Ainda tiraram uma ondinha, nossa, selo, que coisa antiga, rsrs.
Enfim... O vôo não estava cheio e o avião era pequeno, 3 assentos de cada lado. Tinha entretenimento individual mas eu me diverti mesmo foi com o Tolstói. O volume 2 do Guerra e Paz é ainda melhor que o 1, muito bom mesmo. Incrível como alguém pode narrar o sentimento e as impressões dos personagens tão diversos numa estória tão rica. Revezava entre sonecas e o Tolstói, meu grande companheiro dessa viagem, hehehe. Foram só 6 horas de vôo ou talvez um pouco menos. Cheguei em Atlanta um pouco depois do sol nascer. Queria muito estar com minha câmera para poder ter fotogradado os aviões, ainda no ar, aproximando-se do pouso (cerca de 7). Luzes acesas e um céu degradê por trás (digno de um belo e friooo amanhecer), criando um efeito meio surreal. Eram cerca de 7, tráfego aéreo intenso devido ao fim do feriado de Ação de Graças.
Já do lado de fora do avião, fui direto para a imigração, a qua foi super-tranquila e não durou nem 10 min. Saí e minhas malas já estavam na esteira. Tudo funcionando muito bem e eu numa vibe tranquila. Peguei-as novamente para passar pela inspeção alfandegária e entreguei-as para um cara gigante colocá-las no vôo para Baltimore (BWI). Essa vez foi a minha vez de tirar onda.. Estão muito pesadas, ainda bem que você é forte... Estou certo que posso aguentar, respondeu o armário, sorrindo...
Fui então procurar meu portão para Baltimore, tinha cerca de 1h e 15 min até o próximo embarque. Passeei pelo aeroporto, comprei um lanchinho, saquei o Tolstói, tentei ligar para o Brasil. Eram mais 1,5 horas até BWI. Dormi bastante, tenho que confessar, estava com sono.
Demorou um pouco mas chegou a hora que mais me preocupava. Colocar as malas no ônibus que vai até onde se retira o carro. Pensei, pensei e resolvi gerar empregos. Pedi ajuda a um carregador, o Glen, que as tirou da esteira e colocou no bus. Enquanto esperava conversávamos. Disse que só tem passarinho marrom em Mariland e que é preciso ver como é a segurança antes de mudar de bairro. É da República Dominicana e gosta de frio. Está no lugar certo... Dei 7 dólares de gorjeta, ele disse que alguns gostam de mais mas pra ele tava bom. Depois dei mais 2 pro motorista tirar as malas. O mocinho turco do rental car que fez a vistoria no meu auto, não gostou muito pois não sobrou nada pra ele. Fazer o que, hehe. Tive que perguntar pra mocinha indiana que trabalha no portão de saída do estacionamento da locadora sobre o documento do carro. Aproveitei e perguntei sobre sua rádio favorita. Pop 95.5, foi essa que ouvi. Como não tinha GPS, suspeitava que ia me perder para achar o hotel. Só não pensei que fosse tão logo.... (continua)...
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