Wednesday, November 17, 2010

Torres del Paine

Não havia visto nenhuma foto. Não tinha nenhuma memória sobre a imagem do lugar. Resisti a todas as tentações. Ouvi alguns (poucos) relatos e resolvi não ver até lá chegar. Pelo que ouvi senti ser promissor.
Existem lugares cuja magia e beleza não é fielmente expresso através de fotografias. E o mirante das Torres del Paine, no parque com o mesmo nome, localizado no Chile é certamente um deles.
A trilha compõe um dos trechos do mundialmente famoso Circuito em W, destino entre os mais procurados por praticantes de caminhadas e amantes da natureza. O W tem cerca de 75Km e é normalmente percorrido a pé, passa por lugares espetaculares do parque. O trecho até o mirante das Torres tem 9Km (18km ida e volta) com dificuldade variada.
Na verdade, o trajeto de ônibus entre o acampamento em que estávamos e o início da trilha já era bem bonito. Sabia que teria que caminhar bastante naquele dia. Apesar do sol, o vento estava um pouco frio. Iniciamos a caminhada após uma boa sessão de alongamentos. Individualmente, em duplas ou trios.
Adoro montanhas com rio, e esse já na partida era muito límpido e energético. Difícil imaginar um lugar mais bonito ainda. Difícil sair do presente, difícil ter sentimentos ruins, propício para momentos com compreensão avantajada.
Na primeira metade da trilha, além do ar super-puro, fiquei vidrada no rio, na montanha e em um canion que podíamos avistar após a primeira subida (ou seria depois daprimeira hora de subida? não lembro curtia até as subidas).
A hospedaria El Chileno marca a primeira metade do caminho. É possível pernoitar por ali fazendo-se uma reserva bem antecipada. Nós optamos por ir e voltar no mesmo dia.
A paisagem muda na segunda parte da trilha. Agora era floresta, com destaque para as árvores contorcidas e as flores sapatos de não sei o que (esqueci o nome mas vou lembrar).
Na onda do povo local (olha as pedras lá em cima...)

O almoço na trilha na floresta não foi nada mal. O pessoal comeu sanduiches e suco e eu, como sou celíaca, comi um omeletão ( feito especialmente pra mim, o qual carreguei com muito cuidado durante a caminhada até ali). Ah, algumas batatas para compor a parte dos carboidratos.
Logo após o almoço confesso que a ansiedade cresceu um pouquinho (que diabos de lugar que nunca chega?). Depois de mais meia hora de caminhada, era hora do ataque final. Subir um morro com pedras soltas e areia, nenhuma vegetação e cor predominantemente branca (tipo pedra branca). Havia que se ter cuidado para não fazer avalanche. Era ali em cima, diziam... O que será que poderia haver ali em cima, pensava eu? Depois de uns minutos de muita atenção em cada pisada, finalmente, chegamos...
E ali estavam elas. As Torres. Lindas, nevadas, lago verdão logo abaixo, num lugar muito energético. Uma ótima surpresa num dos lugares mais incríveis que já estive. Não seria o máximo nadar naquele lago? Boiar e ficar admirando o local metade na água, metade no ar e de um ponto de vista diferente? Um carinha que estava no grupo já havia entrado... Porém estava bem mais quente do que no nosso dia. Só vê-las já foi um ótimo presente. Valeu cada passo.
Tirei zilhões de fotos. Torres com lago, torres sem lago, com lago e pedras, eu contemplando as torres, torres eu e amigos, vista de cima, vista de baixo e por aí vai... As fotos das Torres estão no Picasa. Recomendo pra quem pretende ir em breve que as vejam na volta. A não ser que precisem de uma motivação extra para a preparação física, afinal, no total, levamos cerca de 9 horas para ir, contemplar e voltar.. Foi bem legal não ter visto nenhuma foto antes. Depois, vi (e vejo) todas que encontrei. Não traduzem fielmente a beleza e a energia do lugar porém me lembram o quão incrível foi conhecê-las pessoalmente. Também me conectam com a gostosa memória daqueles momentos escolhidos e propiciados por mim mesma (com o grande apoio da Pisa Trekking, é verdade), que agora compartilho..




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