Estamos perdidas no tempo. A menina disse que é dia 6. Pode até ser mesmo. É o 4,5 dia que estamos pedalando, 330Km até agora. As pernas estão bem, mas o nosso coto privado de caza... Hum....
Hoje em Belorado comprei um cordão de concha. É como uma gargantilha mas de cordão com um pingente de concha, que é o símbolo do caminho. Nas antigas, os peregrinos caminhavam um pouquinho mais (cerca de 90Km) e iam até Finisterre, no litoral da Espanha, recolher uma concha como prova que haviam completado o Caminho. Isso certamente era antes da compostellana (certidão dada aos peregrinos que fazem mais de cem km do Caminho). Hoje, em Burgos comprei um par de brincos de conchas e sinto como se a minha lombar estivesse entortando por passar tanto tempo na bici. Acho que estou me transformando numa concha. E bem neurótica pois vivo seguindo setas amarelas. Na verdade, tudo que é amarelo já penso que é uma seta e quero seguir. Mas isso nem é nada. Esquecemos os nomes de onde passamos. Hoje mesmo já esquecemos o nome da catedral pontuda de Burgos. Chutar ainda conseguimos. Se precisássemos tentar adivinhar iniciaríamos com catedral de Santiago. Praticamente todas as cidades pelas quais passamos tem uma catedral com nome Santiago. E uma rua chamada calle nueva e outra chamada calle vieja e às vezes outra com nome calle mayor. Essas cidades são dos tempos antigos, tanto que nem vou chutar de quando, se fosse diria da época de Santiago. Nessas épocas as cidades só tinham 1 rua. Aí, cresciam e precisavam de outra que era automaticamente nomeada “calle nueva”. Se precisasse de mais uma, com o avanço da tecnologia, seria muito melhor e receberia o nome de “calle mayor”. Aham, verdade!
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