Invenção intrigante essa do metrô. Não sei se eu rio ou se eu choro. Pessoalmente, eu choro. Coletivamente eu não rio, nem choro.
Sem o metrô seria provavelmente impraticável viver em São Paulo hoje em dia. Tantos carros na rua que ninguém ia pra lugar algum... Seria isso ruim, me pergunto? Seria necessário pensar em uma nova solução. Como por exemplo, migrar uma parte das empresas e negócios de São Paulo para as cidades vizinhas, como Jundiaí, Embu e até porque não Campinas e Sorocaba. Aos poucos viraria uma só cidade, esperançosamente com menos cimento, mais natural. Convenhamos. Aquele metrô não é nada natural. Milhões de pessoas se submetem todos os dias a um modo de transporte nada natural e muitas vezes nem se dão conta o quanto os renega esse tal de metrô. Falo por mim agora..
Na minha estação, chamo de minha mas nunca jamais a compraria, são várias milhares de pessoas que no meu horário chegam e saem junto comigo. Todas (e agora eu também) bem programadas. Destino certo, automático. Parar e pensar o que fazer com o bilhete, é coisa de mané... Daqueles da ilha mesmo, como eu.. Mas isso já foi, agora já sei onde comprar e botar o bilhete e mais, sei para qual direção seguir sem ler as placas. No entanto, isso não parece ser suficiente, vira e mexe ainda me arrenego.
Na minha estação, chamo de minha mas nunca jamais a compraria, são várias milhares de pessoas que no meu horário chegam e saem junto comigo. Todas (e agora eu também) bem programadas. Destino certo, automático. Parar e pensar o que fazer com o bilhete, é coisa de mané... Daqueles da ilha mesmo, como eu.. Mas isso já foi, agora já sei onde comprar e botar o bilhete e mais, sei para qual direção seguir sem ler as placas. No entanto, isso não parece ser suficiente, vira e mexe ainda me arrenego.
Primeiro, aquela muvuca, “ se liga, se não você vai no fluxo”. Aí vem o trem, barulhento, causando o vendaval. Friiooo. Isso quando a luz não treme. Fala aí, luz que treme de manhã cedo na estação do metrô, com barulho, vento e dependendo de onde estiver, muvuca.. Aí quando o trem chega, isso sim que é selvagem. Depois falam das onças pintadas e dos rinocerontes. Salve-se quem puder. Acho que essa é realmente a parte que mais me intriga do metrô. Tráz a superfície um lado selvagem do ser humano, o lado do olho por olho dente por dente, saí da frente que eu vou entrar de qualquer modo. Empurra, pisa no pé e se precisar rolam até umas cotoveladas. Claro que às vezes experenciamos momentos de solidariedade também. Poucas vezes, vale ressaltar... Tão poucas que nem lembro muito. E pra completar, que meleca é essa de prestar serviço só até a estação São Bento? E a mão? Fica toda melada daquela barra de se segurar (e não se segura pra ver onde você vai parar)... E aí tem que fingir que é tudo natural, que é legal, moderno.... Tem gente que até lê no metrô. Em pé. Aham, de virar a página e tudo. Eu tentei uma vez. Li três páginas e enjoei. Não do livro mas do movimento. Tem, tem coisa boa sim, não quero parecer reclamona. Te leva e te tráz do trabalho senão seriam algumas horas de deslocamento. Viu, até a vantagem é menos pior do que alguma coisa..
A solução... Hmm, complexo. A melhor seria mesmo migrar para o interior ou morar no interior. Enquanto isso, neste momento.... Estar no contra-fluxo da maior "muvuca" já é um paraíso. Musiquinhas ou leitura fazem o tempo passar mais rápido. Boa companhia então, nem se fale.. Afinal, depois que a gente (ou eu) sai dele, até esquece que se arrenegou.
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