Saímos de Astorga as 10:50, contra o vento. O café da manhã foi ótimo. Cerejas frescas, suculentas e baratas.. Uma delícia, ainda mais pra mim que só conhecia aquela seca, com gosto de artificial que vem no martini. A trilha era linda e tinha bastante gente. O céu estava muito azul (soa como redação da segunda série, eu sei, mas tava azul pra caramba). Encontramos um albergue super-charmoso (como seriam os próximos) no meio do nada. Passamos por El Ganso e Santa Catarina. Vilas com casas e ruas de pedras e bem pouca gente... O mêlo dessa parte foi: Moro, onde não mora ninguém, onde passa ninguém, onde não vive ninguémmmm, é lá onde moro.... e por ai vai.. A paisagem dessa parte do caminho já era bem diferente, a vegetação, montanhas o céu. Subimos muito. Uns 10 ou mais Km sem descer nem um pouco. Meu coto privado de caza, minha Ponferrada, meu Resliego, meus países baixos, glúteos ou como queira chamar doeram mooito. Até parava e berrava de vez em quando, aiiiiiiiiiiiiiiiii meu XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX. Ajudava a aliviar. Doía bem mais que as pernas. Subimos até um vilarejo meio deserto, bem frio, onde fica la Cruz de Hierro, um lugar famoso do Caminho. O céu lá em cima já não estava nada azul. Tem uma tradição de deixar alguma coisa ali, mas não lembro se tem que pegar alguma coisa também. Não queria pegar nada e não tinha muito pra deixar, fiz umas pegadas. Almoçamos em um restô no meio do nada, um pouco adiante e depois foram 15Km de descida até Mollina Seca. Delícia. Tadinho do freio. Sou meio travada na descida.
Mollina Seca é linda, casas antigas de pedras na beira de um rio bem transparente e muitas árvores ao redor. Valeria muito a pena passar a noite ali não fosse os poucos dias que nos restavam. Seguimos até Ponferrada para visitar o castelo que não sabíamos que estava fechado. Não abria nas segundas, só a partir de terça 11hs. Eu mal sabia que era segunda. Ainda bem que o lado de fora já era bem bonito e ficamos contentes com ele. Encontramos pela primeira vez o casal italiano e depois os três mocinhos espanhóis com quem nos encontraríamos várias vezes até o fim da viagem. Demorou um pouco mas começamos a nos enturmar. O plano era ir até Cascabelos, porém, depois de uma gelada coca-cola pra mim e um café pra Bia, empolgamo-nos e seguimos até Los Bierzos. Disseram que lá tinha um albergue muito legal de um brasileiro. Na verdade ele era latino mas não brasileiro, enfim. Não o encontramos e não achamos o albergue assim tão legal. Fomos jantar na cidade, o garçom era bem mal-educado e desafiou a bia, dizendo que ela não ia gostar da truta que estava a ponto de pedir. E o pior foi que ela não gostou mesmo, mas ele não precisava ter falado daquele modo. O albergue fechou e ficamos com medo de não entrar. Foi então que conhecemos outros espanhóis com quem encontraríamos por acaso todas as noites restantes. Eram três, os quais apelidamos carinhosamente de: o Carequinha, o Magrão e o Mudo. Eles eram muito engraçados embora a primeira impressão não tivesse sido boa já que o Carequinha roubou a cama da Bia e não devolveu. Embora alguemSS roncasse loucamente e outro alguemSS fedesse moooitoo naquele quarto, acabamos dormindo. Saudade do Caray, digo da pensão Escaray..
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