A manhã acordou chuvosa, tivemos que esperar um pouco pra sair. O café super-gostoso, cheio de pães, bolos e frutas. Fiquei com as frutas. Passeamos em alguns igapós que são as áreas alagadas que se formam fora da área de circulação do rio. Vários pássaros coloridos e alguns sem cor, digo, preto marrom e branco (vistos a olho-nu) e muitos gaviões. Passei a chamar a floresta de floresta dos gaviões. Imponentes, em cima das árvores, apreciavam o movimento com um ar de quem cuida da casa.
Só conseguimos sair para o nosso destino no meio da tarde: acampar na floresta.... Por causa da chuva, não foi possível chegar no lugar esperado, aproximadamente 2h de distância. Daê, o novo guia, meio barrigudo (nada pessoal) teve a idéia de jerico de acampar no quintal de um resort mais sofisticado que o nosso mas não tanto quanto os do Rio Negro. Relutei. Eu buscava os confins, mas também não sou boba, se não fosse pra ficar na floresta selvagem, preferiria ficar no tal do resort, tomar banho quente, comer comida boa, dormir em cama e em quarto com ar-condicionado. Faltava era ficar toda torta lá na barraca vislumbrando o movimento do resort ao invés dos sons e talvez com sorte algum espécime de animal não muito fácil de ser avistado. O Cé me apoiou e diante da minha cabeça dura, o guia mudou o plano e fomos pra casa do nativo.
Chegamos sem avisar mesmo. Um lugar meio isolado, no leito do rio. Casa de madeira, teto de palha sem luz elétrica e sem banheiro. Um casal com duas filhas, muito simpáticos. O jantar foi delicioso, ovos mexidos. Dormimos na rede que também tinha mosqueteiro. A família dormia toda junta e a mãe acordava cerca de 5h da manhã para preparar as crianças pra pegar o barco pra ir pra escola. Sempre sem despertador. Acordei de madrugada para ir ao “banheiro” e me pelando de medo do tal do animal difícil de ser avistado. Fiz o que tinha que fazer rapidamente e voltei para dentro da casinha.. Não sem antes reparar na noite enluarada e cheia de estrelas, mas bem rapidinho....
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