Dia 10: Triastela -> Porto Marin

Acordamos cedo no albergue (8hs) mas ainda fomos as últimas a sair. O casal italiano saiu um pouco só antes de nós. Sem pressa. Deixei as roupas secando no varal durante a noite e elas estavam mais molhadas de manhã. Coloquei-as no porta-malas (em cima da mochila) já que o sol estava lindo. Seguimos pela estrada até Samos onde visitamos o monastério de Samos. Os espanhóis estavam lá também e fomos no mesmo grupo, guiados por um monge brasileiro. Na verdade, eram dois os monges brasileiros, o Rafael e o Gabriel mas só o Rafael nos acompanhou. Antes de iniciar o tour, fiquei perdida e adorei a paz do lugar, poderia ficar perdida por lá por umas duas semanas. Demos boas risadas com os espanhóis, principalmente com o Carequinha. Ele que nos mostrou as “gafas do Dr. Anselmo” no teto de uma das salas do monastério. Figura (o carequinha era figura e as gafas estão na figura).

 Detalhe, nossas bicis ficaram estacionadas na rua em frente a entrada do monastério, com as malas em cima e assim estavam quando saímos, umas duas horas depois. Tudo bem que nessa altura só tínhamos roupa suja, mas as bicis são legais. Seguimos por um percurso plano com algumas subidas, já estávamos na Galicia. Almoçamos em Sarria onde estavam filmando uma película espanhola, sobre um casal com problemas que resolve fazer o Caminho para tentar melhorar o relacionamento. Comédia, na certa, pela cara dos atores... Conversamos com uma senhora espanhola no restaurante e percebemos que os galegos falam espanhol com sotaque mais portugues e usam bastante o X para escrever, como na turma da Xuxa. O pedal da tarde foi tranquilo. De repente descemos e descemos e chegamos num lugar muito bonito, com lagos e muita área verde. Porto Marin. Gostamos tanto que resolvemos mudar os planos e ficar nessa cidade. Tínhamos tempo. Era realmente bem cedo, antes das 17hs. Estávamos acabando o Caminho e não tinhamos pressa de chegar. Na verdade, queríamos era mais Km pra pedalar.

Ficamos numa pensão na praça, próximo a igreja.  A igreja, constituída por blocos de pedra tipo paralelepípedos mais gordos,  foi transportada para cima na época em que represaram o rio e criaram-se as lagoas. Marcaram pedra a pedra desmontaram-na e montaram-na lá em cima. Achei bem interessante. . Caminhamos mais para a borda da cidade, para jantar com vista para a lagoa. O por do sol foi lindo. A comida também era uma delícia, assim como o vinho. Na volta, encontramos novamente os 3 espanhóis num restaurante da praça e ficamos um pouco lá conversando com eles. Figuras, do sul da espanha. Os espanhóis do sul tem essa fama de serem mais abertos e menos sérios que os do norte. Contaram-nos várias estórias sobre os diferentes povos da espanha, além de falar sobre economia, etc. Rimos muito. O Mudo até falou, finalmente. Descobrimos que a esposa do mudo é muito brava, tudo faz sentido...