Manhattan e eu

A minha estória com Nova York não é assim das mais românticas. Tomemos como exemplo a penúltima vez que estive lá: 9/9/2001. Estava trabalhando em New Jersey, a uns 40 minutos de Manhattan. Era domingo e acordamos muito cedo para assistir uma daquelas missas do Harlem com coral Gospel e tals. Depois de muito bater perna, lá pelas 17hs eu já cansada e crente que voltariamos para Jersey, meu grande amigo Mano resolveu subir no World Trade Center. Ele chegou nos EUA depois de mim e eu havia estado no WTC na semana anterior. Resisti, estava cansada, já havia ido há poucos dias, tinha fila e custava US$13,00. Pedi pra irmos na próxima semana ou até mesmo na quarta-feita que costumava ter uma balada legal no restaurante. Mas aí ele se ofereceu pra pagar para mim e então aceitei, hehe. Na entrada ainda comentei que devia ser legal trabalhar ali, por causa da vista para o para o rio e clima mega-corporativo. Não satisfeito apenas com subir, o Mano ainda me fez esperar anoitecer. Claro que o agradeço até hoje, pois não haveria onde subir nem na quarta nem no domingo posterior. Enfim.

Após uma longa temporada, voltei no natal de 2010 em algo que virou praticamente um programa de índio 4 estrelas.  Por que? Bem várias pequenas coisinhas (de problemas na  devolução de carro alugado à clonagem de cartão), somadas a tempestade de neve. A sexta pior de toda a história. A neve começou domingo e desde sábado a TV já estava apavorando. As pessoas falavam em comprar mantimentos, etc, até que uma moradora mais esperta disse ao repórter que ela estava em NYC e não fazia sentido comprar mantimentos. E ela tinha razão. Bem, nevou bastante domingo e segunda estava tudo interditado. Não circulava carro, (nem táxis), os metrôs só funcionaram  no período da tarde e com várias restrições, os trens pararam por causa da neve nos trilhos, a diária do hotel mais que dobrou e por aí vai. Tinha sol mas muito vento e neve na rua, difícil de caminhar. 

Por outro lado, o Central Park estava linnndooo e muita gente se divertia na neve. Não dava pra ir muito longe mesmo.  Íamos voar de Delta pra Vegas no dia 27 e só conseguimos remarcação para o dia 31. A solução foi pegar um trem para Washington DC (no dia 28 já estavam funcionando com alguns atrasos) e de lá voar pra Vegas dia 29 cedinho, uma verdadeira jornada. Terça pela manhã, em um dos poucos momentos de tranquilidade de toda viagem  caminhamos até a sede da ONU o que fez valer a pena o dia extra por lá. Porém, quando parecia que as adversidades haviam acabado, quem disse que conseguimos táxi para ir até a Penn Station? A rua do nosso hotel estava intransitável e todos os táxis que vimos passar na esquina estavam cheios. Saímos caminhando pela Time Square, puxando uma mala e carregando uma mochila nas costas, enfrentando a multidão e a lama das ruas. Doeu, mas não tínhamos muito tempo pra sentir dor, pegamos o metro mesmo, saímos na Penn e finalmente conseguimos sair de NYC. Um programa típico `pague para entrar, reze para sair`. Mas saímos. Bem nem tudo são flores na vida de turista, ao menos na minha em NYC.  No fim até pudemos aproveitar alguns pedaços e as fotos ficaram legais.