Encebado, muito encebado o nosso início. Mas saímos, finalmente. Um pouco tensas, primeiro dia com as mochilas presas nas bicis. Passamos no correio pela manhã, para despachar as malas-bikes para Santiago, por isso não havíamos começado antes. Comemos tortilla espanhola e fomos para Escaray, Docaray!
- Ainda não foram? Disse a D. Rosa. Pous é, pensei.
Agradecemos a hospedagem e hospitalidade e fomos... Para a oficina, dar uma geral nas bicis. Não custava muito, duas mulheres, primeira viagem de bici. A da Bia tava boa, mas a minha queda entortou um pouco uma paradinha lá. Aproveitei pra instalar um computadorzinho novo. Eram 16 hs quando saímos. Finalmente em busca das setas do caminho. Na saída da cidade encontramos duas holandesas que viraram nossas modelos. Vieram pedalando desde a Holanda, 1000Km, começaram o caminho na França , carregavam barracas nas bicis, e já haviam dormido uma noite na floresta pois não acharam camping com disponibilidade. Pedalavam uns 40 Km por dia, faziam suas próprias luvas e tinham até uma página na internet descrevendo suas aventuras, além de um mapa mega-poderoso com todas as ruas. Pedalamos pouquinho com elas, pararam pra comer e nós tínhamos recém começado. Paramos uns 20 minutos depois por causa da chuva. Choveu pra Caray. Usei o sanito (saco plástico preto) para cobrir minhas mochilas. Como as moças holandesas, fiz minha própria capa de chuva, um lixo, digo, luxo. Esperamos num hospital para crianças com paralisia cerebral. A cozinheira deixou-nos entrar e esperar na varanda e até nos ofereceu comida. Esperamos um pouco, mas seguimos na chuva mesmo, empolgadonas, primeiro dia. Só não sabíamos muito bem pra onde, não tinha no nosso mapa, óbvio, e havia pouca gente pra quem perguntar. Até que achamos depois de ir e vir um pouquinho, as setinhas amarelas.
Morrãoooooo. O primeiro de muitos, Morro dos Perdões, dava mesmo pra pedir perdão e usar como penitência. Chegamos em Torres de la Reina próximo das 19hs e fomos direto a nossa primeira igreja. Já estávamos no caminho há 3 dias e ainda não havíamos entrado em nenhuma, o que nos trazia uma certa angústia. Acertamos na mosca, igreja de Santiago. Simples por fora e por dentro super-decorada e rebuscada, acho que o altar era todo de ouro. Depois de pedir perdão, agradeci. Ficamos em albergue aquela noite e jantamos muito bem num restaurante de um hotel chique. O garçom era brasileiro, não sei muito bem como foi parar lá. Comemos solomillo a la plancha e tomamos um vinho bem gostoso. Só uma tacinha dessa vez. Precisávamos partir cedo no outro dia 720 Km to go.
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